terça-feira, 30 de setembro de 2014

Atrações dos dias 09, 10, 11 e 12/10: Cia As Graças (SP)

Foto: twitter.com/asgracas

As Graças é uma companhia de teatro formada em 1995 na Escola de Arte Dramática da USP (SP). O grupo é composto pelas atrizes Daniela Schittini, Eliana Bolanho, Juliana Gontijo e Vera Abbud. A cada produção um novo diretor é convidado, permitindo que a Companhia experimente diferentes abordagens do fazer teatral. Nas montagens infantis, o grupo prioriza a linguagem de bonecos, pela empatia com as crianças e pelo encantamento do gênero. Há alguns anos passaram a estudar algumas formas populares de teatro como o Teatro de Revista e o Circo Teatro. Com o “Projeto Circular Teatro”, o Teatro de Rua foi incorporado como pesquisa do grupo.


Projeto Circular Teatro


Em 2002, a Cia As Graças adquiriu um ônibus antigo que foi adaptado para se transformar em teatro, com toda a estrutura necessária para as apresentações: palco, som, luz cortinas e camarim. Em 2003, o grupo se dedicou as ações no ônibus-teatro, que percorreu as cinco regiões da cidade de São Paulo apresentando todo seu repertório adaptado ao ônibus. Por ser uma unidade móvel, o projeto possibilita a descentralização cultural, levando montagens gratuitas a locais pouco privilegiados. 

Na 4ª Mostra de Teatro Contemporâneo de Maringá, a Cia As Graças se apresenta com três espetáculos, todos gratuitos:

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Atração do dia 07/10: "O Fantástico Circo-Teatro de Um Homem Só" Cia Rústica (Porto Alegre/RS)

Foto: Alex Ramirez

O Fantástico Circo-Teatro de um Homem Só propõe a celebração da potência vital e social que o teatro nos oferece, enriquecida pela referência do universo dos pequenos circos de interior. Em meio a tantos efeitos e luzes fluorescentes, o fantástico pode nascer especialmente do simples, do próximo,do lúdico, da memória do que parece já não existir...
Desde o início do século XX, o modelo do circo -fragmentado, híbrido, popular e polifônico - interessa e fascinaa todas as artes, as quais recebe e serve sem preconceito. O próprio circo é um gênero espetacular plural. Abertura, diversidade e multiplicidade - não é esse o modelo celebradona arte contemporânea? Nada mais velho e mais novo que o circo.

Longe das bilheterias milionárias e recursos sofisticados dos grandes circuitos mundiais, a tradição do circo sobrevive através de pequenas trupes que transitam pelo interior do Brasil. À margem dos grandes centros e da soberania dos meios de comunicação de massa, os pequenos circos articulam interstícios sociais diferenciados, espaços de convivência, socialização e encontro onde o real e o sonho dançam no picadeiro, onde o riso, o medo e o fantástico se alteram em um movimento de ruptura efêmera do cotidiano. O circo errante pelos cantos das cidades, o combate contra a gravidade que diz que toda arte lança um desafio. Saltimbancos e palhaços, seu destino escreve a beleza e a precariedade da aventura criadora, a ironia da existência sob seu nariz...

Em O Fantástico Circo Teatro de um Homem Só, Heinz Limaverde transita por vários tipos do imaginário circense, como a mulher barbada, o mágico, a vedete, o cantor, o palhaço, além de expor sua própria persona, tecendo memória com o instante efêmero da cena. O jogo com a teatralidade é um recurso importante da montagem; o ator transforma-se continuamente diante do público, joga com diferentes possibilidades de atuação, canta, dança, narra, confessa, brinca, opera o som. A iluminação incorpora luzes de ribalta, camarim e várias pequenas lâmpadas coloridas, compondo esse picadeiro que reúne presença e memória, tradição e contemporaneidade, arte e vida.

Inspirando-se na estrutura polifônica do espetáculo circense, a dramaturgia combina o universal com o pessoal, através de referências do circo com memórias e experiências do ator. O texto foi escrito em parceria entre Heinz Limaverde e a diretora Patrícia Fagundes.
A montagem, com financiamento FUMPROARTE (Prefeitura Municipal de Porto Alegre), foi indicada em todas as categorias do Prêmio Açorianos 2011, sendo contemplado com os Prêmios de Melhor Direção e Figurino.


Foto: Kiran Federico Leon



Sobre a Cia:


A Cia Rústica surge em 2004 (Porto Alegre- RS), com o objetivo de criar uma zona autônoma de trabalho entre artistas plurais. É um dos núcleos teatrais mais significativos da cidade, desenvolvendo uma trajetória de investigação consistente, projetos relevantes, espetáculos premiados e reconhecidos pelo público. Propõe a composição de um pensamento não dissociado do corpo, uma crítica atravessada de poesia e humor, o trânsito criativo entre elementos de diferentes linguagens artísticas. Investiga o teatro como espaço de encontro, o corpo como princípio de criação e comunicação, os riscos e forças da relação entre atores e espectadores. A cena como experiência e dispositivo de conexões, dentro da perspectiva de uma ética da festividade na criação cênica: uma ética do encontro e da diversidade, que celebra o corpóreo, o prazer e o próximo.

O primeiro projeto da Cia Rústica levou à cena três textos de Shakespeare, investigando uma linguagem contemporânea a partir da tradição de uma forma cênica potente: Macbeth (2004), Sonho de Uma Noite de Verão (2006) e A Megera Domada (2008). Além das montagens, o projeto promoveu oficinas, debates, ensaios abertos e apresentações em espaços não convencionais e para espectadores de distintos grupos sociais, buscando a ampliação dos campos de ação artística. Os espetáculos foram contemplados com vários Prêmios Açorianos (Prefeitura Municipal de Porto Alegre), Braskem e Quero-Quero.

Em 2010, a companhia começa a Trilogia Festiva, composta por Clube do Fracasso(2010), Natalício Cavalo (2013) e Caóticas (prevista para 2015). As montagens propõem a criação de dramaturgia própria, em uma composição que transita entre memória e presente, humor e poesia, real e teatralidade, incorporando elementos de vídeo, música ao vivo, dança, teatro documental. Foram contempladas com o Prêmio Funarte Myriam Muniz e receberam vários outros prêmios e indicações, incluindo Prêmio Açorianos de Melhor Dramaturgia e Prêmio RBS Cultura Melhor Espetáculo Júri Popular (Clube do Fracasso) e Prêmio Braskem em Cena Melhor Espetáculo (Natalicio Cavalo).

Além da Trilogia, em 2010 a companhia estreia o projeto Trânsitos, infiltrações poéticas pelas ruas da cidade, investigando possibilidades de intervenção urbana. Desvios em Trânsito, uma intervenção realizada em ruas do centro urbano que propõe desvios nas trajetórias retilíneas do cotidiano, acontece desde 2010. Cidade Proibida, é uma intervenção-espetáculo que propõe a invenção de espaços de convívio em lugares que durante a noite tornam-se proibidos pela ameaça de violência presente nas paisagens urbanas das capitais, iniciando sua ação em 2013.

Em 2011, estreia O Fantástico Circo-Teatro de um Homem Só solo com Heinz Limaverde que transita entre a memória e o presente da cena. Prêmio Açorianos 2011 de Melhor Direção e Melhor Figurino. Participou de vários festivais nacionais e do Palco Giratorio Sesc Nacional 2013. 


Em 2014, a Cia Rústica participa de Residência Artística no Festival Palco Giratorio do Sesc RS com seu repertorio completo, que inclui todas as produções realizadas desde 2010. Realiza o projeto Cia Rústica em Circuito (Prêmio Funarte Myriam Muniz), que leva Natalicio Cavalo, Desvios em Trânsito, Clube do Fracasso e a oficina Poéticas Festivas à cinco cidades do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

O Fantástico Circo-Teatro de um Homem Só (Cia Rústica/RS)
Data: 7 de outubro (terça-feira)
Horário: 20h30
Local: Teatro Calil Haddad
Duração: 65 min
Recomendação etária: 14 anos
Entrada: R$20,00 (inteira) / R$10,00 (meia).


quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Programação/ Mostra 2014


Entre os dias 7 e 18 de outubro, a 4ª edição da Mostra de Teatro Contemporâneo proporcionará ao público de Maringá e região uma programação variada, composta por espetáculos teatrais, oficinas, exibição de filmes, mesas redondas e palestras, totalizando 24 atrações a preços populares (R$20,00 inteira e R$10,00 a meia) ou gratuitos.

Neste ano, a Mostra expande sua área de abrangência, incluindo peças e atividades de extensão em cidades e distritos da região, como Alto Paraná, Paranavaí, Sarandi, Marialva e Iguatemi. Outra novidade é que pela primeira vez a Mostra de  Teatro Contemporâneo terá espetáculos direcionados ao público infantil, encenados pela Cia As Graças (SP) e pelo Coro Cênico SESC Maringá.

A Cia Rústica (RS) abre o evento na terça-feira (7) com a peça “O Fantástico circo-teatro de um homem só”, no Teatro Calil Haddad. No espetáculo, o ator Heinz Limaverde transita por vários tipos do imaginário circense, combinando o universal com o pessoal através de referências do circo com memórias e experiências do ator. A peça foi indicada em todas as categorias do Prêmio Açorianos 2011 e vencedora das categorias de Melhor Direção e Figurino. Além da Cia Rústica, companhias de São Paulo e Curitiba também se apresentam durante o evento.

As atividades formativas começam na quarta-feira (8), com a mesa redonda “O Teatro e a Ditadura” com os convidados Joaquim dos Santos (UEM), Thaís Tolentino (UEM), Leonil Lara (Cia Pau de Fita/Mgá) e mediação de Karyna Bühler de Mello. No mesmo dia, também ocorre a palestra “A estética da Cia Ocamorana: Teatro e Sociedade”, organizada pelo Grupo de Pesquisa Crítica Literária Materialista, da Universidade Estadual de Maringá (UEM); e a mesa-redonda “O teatro e os festivais”, que conta com a participação do crítico Valmir Santos (SP), dos curadores do Festival Internacional de Londrina (FILO) Paulo Braz e Luiz Bertipaglia e da atriz Eliana Bolanho, da Cia As Graças; a mediação é de Murilo Lazarin.

Organizado pela Teatro & Ponto Produções Artísticas desde 2011, o objetivo do evento é proporcionar ao público espetáculos da cena contemporânea nacional fomentando a discussão sobre o teatro e a sociedade por meio da troca de experiências entre atores, diretores, críticos, pesquisadores e o público, garantindo a democratização das artes. Desde a primeira edição, grupos importantes da cena contemporânea brasileira passaram por Maringá, como o Grupo Macunaíma/CPT (SP), Club Noir (SP), Cia do Latão (SP), Cia Amok (RJ), Coletivo Alfenim (PA), além de estudiosos e críticos de teatro como Valmir Santos (colaborador da extinta revista Bravo! e Estado de São Paulo) e Sebastião Milaré (jornalista e principal biógrafo de Antunes Filho), que será homenageado na edição de 2014.

A 4ª edição da Mostra de Teatro Contemporâneo é realizada em parceria com a Secretaria de Cultura de Maringá, o Núcleo de Dramaturgia do SESI-PR e o Grupo de Pesquisa Crítica Literária Materialista da UEM. A partir do dia 1º de outubro, os ingressos poderão ser adquiridos no 4º piso do Shopping Maringá Park. O horário de venda é das 10h às 19h de segunda a sábado e das 14h às 18h nos domingos e feriados.


Confira a programação completa:

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Cristina Agostinho e a arte da Mostra 2014

A arte do cartaz da 4ª edição da Mostra de Teatro Contemporâneo de Maringá é de autoria da artista plástica Cristina Agostinho. A obra foi feita à óleo sobre tela e mede 40X30 cm, sendo posteriormente fotografada e aplicado o texto. Conversamos com Cristina sobre o processo de criação da arte da Mostra de 2014, sobre o qual ela conta:

“Quando o pessoal me convidou para fazer a arte, estava no momento desenvolvendo um trabalho que consiste em ilustrações de aquarela sobre papel feitas a partir de um pensamento desenvolvido através de palavras-chave. A palavra para uma das ilustrações era ‘A Conduta’ e atrás da ilustração discorro o pensamento, que me baseio desde os hexagramas do livro do I Ching, onde sempre encontro reflexões que me afino até aos poemas de Leminski. ‘A Conduta’ tinha uma ideia do agir, do ser, que é inerente ao teatro. Quando fiz a ilustração, pensei que, sempre agimos a partir  de um mote interno, segundo nosso olhar e a partir de uma experiência.  E então reproduzi a minha ilustração do gesto, com  a mão dramática, com o olho que salta, com a sombra e luz.”




Nascida em Portugal, Cristina foi naturalizada brasileira e mora em Maringá desde criança, tendo passado alguns anos estudando artes na Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP) em São Paulo e na Escola Superior de Artes em Lisboa.  Além da pintura, Cristina também trabalha com desenhos, bordados, instalações e vídeo.

Sobre seu trabalho como artista, Cristina afirma:Ser artista não é bem escolha, não tem jeito, por mais que queiramos tomar outros rumos, vem o imponderável e nos coloca no caminho de novo. Embora esse caminho nunca seja preenchido, é por onde me alimento, ou seja, o caminhar é sem fim.
Conheça mais o trabalho de Cristina Agostinho aqui.