Dia 14/11 – quinta-feira
20h30
“Yolanda calaboca” (Casa das Fases / Londrina)
Local: Teatro Reviver
Recomendação etária: Livre
Duração: 35 minutos
R$ 10 inteira e R$ 5 meia
Sessão para 60 pessoas
“Yolanda
Calaboca” comemora os 25 anos do grupo Casa das Fases, de Londrina, e é uma
homenagem a uma das atrizes e pioneiras da companhia, Jandira Testa, que
faleceu no ano passado.
Yolanda
surgiu após uma pesquisa que a companhia realizou sobre solidão e velhice. Um
mergulho no mundo da memória, o ato de esquecer e lembrar como uma forma de
permanecer vivo, equilibrado na corda bamba que nos colocam durante toda uma
existência, marcada por acontecimentos que mudam completamente a rota
planejada. A dramaturgia, cenário, figurinos advém do encontro com realidades
tão distintas e comoventes.
Em
junho deste ano Yolanda foi apresentada no VII Transit Festival, promovido pelo
importante grupo Odin Teatret, liderado por Eugenio Barba em Holstebro/Dinamarca.
O projeto de montagem tem o patrocínio do Programa de Incentivo à Cultura de
Londrina (Promic) e Ministério da Cultura.
Yolanda
Nascida
em 1930, Yolanda é filha única de uma família de cinco homens. Acostumada com a
presença do pai, aprendeu tudo que uma moça deveria saber e mais tudo o que
quisesse. Casou-se na década de 1950 com o homem que escolhera e foi mãe no ano
seguinte. A família era linda de se ver, era perfeita. E assim foi até a doença
do menino da casa. Depois foi o marido, que perdera a memória, desapareceu e quando
voltou morreu. Era de tristeza - dizia o povo! Yolanda, viúva, aguentou tudo
firme. Depois da morte dos pais, dos amigos, até dela própria. Yolanda chegou
aos 82, está doente, abalada e, como ela diz – “meu coração está machucado”.
Solitária nesses últimos dias fez coisas de calar a boca de todos!
O "work in progress" conta a história de
uma mulher que perdeu todos a quem amava. Depois de conhecer a maldade humana,
ela cria seu próprio mundo e nele costura todos os sentimentos, com pontos
fortes para não explodir. Na solidão, ela se despede do passado e cria uma
realidade para uma única pessoa: Yolanda.
Histórico Casa das Fases
A Cia. de Theatro Fase 3 nasceu em 1986 no Sesc
Londrina, numa oficina de teatro direcionada a pessoas da terceira idade. Com a
direção de João Henrique Bernardi, o primeiro espetáculo chamou-se “O idoso vai
à luta” e, desde então, o grupo de senhoras e senhores acima dos 60 anos não
parou mais de trabalhar e já traz no currículo diversas montagens apresentadas
em salas de espetáculos, casarões históricos, shoppings e ruas.
Em 1999, o grupo foi convidado pelo governo alemão
para participar do festival It’s My Life, na cidade de Colônia, onde mostrou o
espetáculo “Zona Paraíso”, montado em 1994 para celebrar os 60 anos de
Londrina. A companhia foi destaque na mídia alemã, mostrando uma sólida atuação
e levando para um novo público a cultura brasileira.
Para abrigar a Cia. de Theatro Fase 3 e seus projetos
culturais, nasceu em 2000 a Casa das Fases – Núcleo de Arte e História com
Senhoras e Senhores, onde o grupo deu início a um trabalho de oficinas de
teatro e formação de novos atores aplicando a sua metodologia de pesquisa, que
foi se moldando a partir de encontros importantes como com a diretora Nitis
Jacon, a italiana Nicoletta Robelo e a alemã Angie Hiesl, entre outros.
Vieram outros espetáculos, tais como “Antígona e
Vingança” (2000); “O Banquete” (2001); “Histórias de Maio” e “Caixas de
Memórias” (2002); “Verás Que Tudo é Mentira” (2003); “As Mulheres de Seo Gegê”
e “Orgonizador Paduhélio” (2004); “As Velhas Loucas” (2007); “A Última Carta de
Amor do Século XX” (2005); “De todas as mulheres que fui”; “Para dores
femininas” (2008); “Yemanjá de São Saruê” (2009); “Igual” (2009), etc.
Desde 2002, com patrocínio do Programa Municipal de
Incentivo à Cultura de Londrina (PROMIC), o grupo também desenvolve ações
culturais na periferia de Londrina, promovendo uma descentralização da arte ao
realizar oficinas de teatro e vídeo, montagens e performances. Além dos
espetáculos, a companhia mantém um repertório de ações contínuas, que incluem
as oficinas ministradas pelo grupo e que semearam projetos teatrais em outras
cidades do Brasil e a criação de vídeos que registram experiências cênicas e
também funcionam como resgate de memória das comunidades onde são desenvolvidos
estes trabalhos. Outras cidades do Paraná e de outros estados já foram
contempladas com este projeto de extensão da Cia de Theatro Fase 3 que, desde
2005, integra o Programa Cultura Viva do Ministério da Cultura, irradiando
experiências audiovisuais, cênicas e de webrádio (o grupo mantém a Rádio Hebe
em seu blog na internet – www.casadasfases.wordpress.com).
Em 2006, o grupo recebeu o importante Prêmio
Funarte de Teatro Myriam Muniz em comemoração aos seus 20 anos de atuação e
celebrou com a montagem de “Ave Maria Abençoe as Velhas Loucas Pois Tu o És
Também”, que foi visto por um público de cerca de 2 mil pessoas. Em 2007,
recebeu o Título de Utilidade Pública do Município de Londrina e também o
Prêmio Escola Viva, pelo trabalho nas escolas com crianças e jovens.
A Cia Fase 3 é um dos mais de 2.500 Pontos de
Cultura espalhados pelo Brasil. Foi premiada por dois anos consecutivos com o
Prêmio Interações Estéticas -
Residências Artísticas em Pontos de Cultura. A convite da Secretaria da
Cidadania Cultural (SCC/MinC) e Funarte, o grupo fez parte do “Circuito
Interações Estéticas” em algumas capitais do país.
Também receberam outros dois prêmios direcionados
aos Pontos de Cultura: o Prêmio Estórias de Ponto de Cultura, cujo objetivo é
valorizar e dar visibilidade às ações dos Pontos de Cultura nas diversas
regiões do país, por meio da publicação de histórias biográficas
institucionais, juntamente com a biografia de um personagem da comunidade que
se destaca pelo seu conhecimento, atuação e história de vida e o Prêmio Pontos
de Valor, direcionados aos Pontos de Cultura que apresentem as melhores
práticas com foco na formação e promoção de valores de vida. A proposta é
identificar e mapear os Pontos de Cultura que apresentem práticas inovadoras,
contribuindo para a compreensão das formas pelas quais os valores são
transmitidos em diferentes meios e linguagens artísticas, subsidiando ainda a
elaboração do Relatório de Desenvolvimento Humano Nacional (RDH) 2009/2010. O
relatório busca identificar os desafios ao desenvolvimento humano no país e
discutir alternativas para o trabalho rumo à superação desses desafios.
Em 2009, o grupo realizou um worshop e diversas
apresentações na cidade de Holstebro (Dinamarca) durante o Transit 6, festival
promovido pelo Odin Teatret, um dos mais importantes grupos de teatro do mundo,
comandado por Eugenio Barba. Em 2011 se apresentará na Suécia e na Inglaterra.
A escritora londrinense Célia Musilli comenta: “a
magia do grupo consiste em colocar o passado no presente, criando uma ampulheta
imaginária que ludibria o tempo. Fica para trás um rastro de criatividade, rabo
de foguete, brilho de estrela matutina…”
A
Casa das Fases foi criada em 1996 no Sesc de Londrina como um projeto de
pessoas idosas que queriam fazer teatro. Em 1999, o grupo foi convidado a
participar de um festival em Colônia, na Alemanha, e viajou com a peça
“Londrina: Zona Paraíso”, com 28 atores.
Na
volta ao Brasil, os atores e seu diretor decidiram tornar o grupo independente
e assim nasceu a Casa das Fases. Na bagagem, 24 montagens e apresentações no
Brasil e no exterior. Desde 2002, a companhia também desenvolve ações culturais
na periferia de Londrina, contribuindo para a democratização da arte.
Ficha técnica
Texto e Direção: João Henrique Bernardi
Atuação: Carmem Mattos
Figurino e Cenário: Ella Melo
Produção: Fabrício Borges
Duração: 30 min
Sede do grupo: Casa das Fases
Rua Lindóia, 546 - Jardim San Remo
(43) 3304.8757 - 98076454
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