terça-feira, 5 de novembro de 2013

Atração do dia 14/11 - "Yolanda Calaboca" (Casa das Fases/Londrina)




Dia 14/11 – quinta-feira

20h30
“Yolanda calaboca” (Casa das Fases / Londrina)
Local: Teatro Reviver
Recomendação etária: Livre
Duração: 35 minutos
R$ 10 inteira e R$ 5 meia

Sessão para 60 pessoas

“Yolanda Calaboca” comemora os 25 anos do grupo Casa das Fases, de Londrina, e é uma homenagem a uma das atrizes e pioneiras da companhia, Jandira Testa, que faleceu no ano passado.

Yolanda surgiu após uma pesquisa que a companhia realizou sobre solidão e velhice. Um mergulho no mundo da memória, o ato de esquecer e lembrar como uma forma de permanecer vivo, equilibrado na corda bamba que nos colocam durante toda uma existência, marcada por acontecimentos que mudam completamente a rota planejada. A dramaturgia, cenário, figurinos advém do encontro com realidades tão distintas e comoventes.

Em junho deste ano Yolanda foi apresentada no VII Transit Festival, promovido pelo importante grupo Odin Teatret, liderado por Eugenio Barba em Holstebro/Dinamarca. O projeto de montagem tem o patrocínio do Programa de Incentivo à Cultura de Londrina (Promic) e Ministério da Cultura.



Yolanda

Nascida em 1930, Yolanda é filha única de uma família de cinco homens. Acostumada com a presença do pai, aprendeu tudo que uma moça deveria saber e mais tudo o que quisesse. Casou-se na década de 1950 com o homem que escolhera e foi mãe no ano seguinte. A família era linda de se ver, era perfeita. E assim foi até a doença do menino da casa. Depois foi o marido, que perdera a memória, desapareceu e quando voltou morreu. Era de tristeza - dizia o povo! Yolanda, viúva, aguentou tudo firme. Depois da morte dos pais, dos amigos, até dela própria. Yolanda chegou aos 82, está doente, abalada e, como ela diz – “meu coração está machucado”. Solitária nesses últimos dias fez coisas de calar a boca de todos!

O "work in progress" conta a história de uma mulher que perdeu todos a quem amava. Depois de conhecer a maldade humana, ela cria seu próprio mundo e nele costura todos os sentimentos, com pontos fortes para não explodir. Na solidão, ela se despede do passado e cria uma realidade para uma única pessoa: Yolanda.



Histórico Casa das Fases

A Cia. de Theatro Fase 3 nasceu em 1986 no Sesc Londrina, numa oficina de teatro direcionada a pessoas da terceira idade. Com a direção de João Henrique Bernardi, o primeiro espetáculo chamou-se “O idoso vai à luta” e, desde então, o grupo de senhoras e senhores acima dos 60 anos não parou mais de trabalhar e já traz no currículo diversas montagens apresentadas em salas de espetáculos, casarões históricos, shoppings e ruas.

Em 1999, o grupo foi convidado pelo governo alemão para participar do festival It’s My Life, na cidade de Colônia, onde mostrou o espetáculo “Zona Paraíso”, montado em 1994 para celebrar os 60 anos de Londrina. A companhia foi destaque na mídia alemã, mostrando uma sólida atuação e levando para um novo público a cultura brasileira.

Para abrigar a Cia. de Theatro Fase 3 e seus projetos culturais, nasceu em 2000 a Casa das Fases – Núcleo de Arte e História com Senhoras e Senhores, onde o grupo deu início a um trabalho de oficinas de teatro e formação de novos atores aplicando a sua metodologia de pesquisa, que foi se moldando a partir de encontros importantes como com a diretora Nitis Jacon, a italiana Nicoletta Robelo e a alemã Angie Hiesl, entre outros.

Vieram outros espetáculos, tais como “Antígona e Vingança” (2000); “O Banquete” (2001); “Histórias de Maio” e “Caixas de Memórias” (2002); “Verás Que Tudo é Mentira” (2003); “As Mulheres de Seo Gegê” e “Orgonizador Paduhélio” (2004); “As Velhas Loucas” (2007); “A Última Carta de Amor do Século XX” (2005); “De todas as mulheres que fui”; “Para dores femininas” (2008); “Yemanjá de São Saruê” (2009); “Igual” (2009), etc.

Desde 2002, com patrocínio do Programa Municipal de Incentivo à Cultura de Londrina (PROMIC), o grupo também desenvolve ações culturais na periferia de Londrina, promovendo uma descentralização da arte ao realizar oficinas de teatro e vídeo, montagens e performances. Além dos espetáculos, a companhia mantém um repertório de ações contínuas, que incluem as oficinas ministradas pelo grupo e que semearam projetos teatrais em outras cidades do Brasil e a criação de vídeos que registram experiências cênicas e também funcionam como resgate de memória das comunidades onde são desenvolvidos estes trabalhos. Outras cidades do Paraná e de outros estados já foram contempladas com este projeto de extensão da Cia de Theatro Fase 3 que, desde 2005, integra o Programa Cultura Viva do Ministério da Cultura, irradiando experiências audiovisuais, cênicas e de webrádio (o grupo mantém a Rádio Hebe em seu blog na internet – www.casadasfases.wordpress.com).

Em 2006, o grupo recebeu o importante Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz em comemoração aos seus 20 anos de atuação e celebrou com a montagem de “Ave Maria Abençoe as Velhas Loucas Pois Tu o És Também”, que foi visto por um público de cerca de 2 mil pessoas. Em 2007, recebeu o Título de Utilidade Pública do Município de Londrina e também o Prêmio Escola Viva, pelo trabalho nas escolas com crianças e jovens.

A Cia Fase 3 é um dos mais de 2.500 Pontos de Cultura espalhados pelo Brasil. Foi premiada por dois anos consecutivos com o Prêmio Interações Estéticas -   Residências Artísticas em Pontos de Cultura. A convite da Secretaria da Cidadania Cultural (SCC/MinC) e Funarte, o grupo fez parte do “Circuito Interações Estéticas” em algumas capitais do país.

Também receberam outros dois prêmios direcionados aos Pontos de Cultura: o Prêmio Estórias de Ponto de Cultura, cujo objetivo é valorizar e dar visibilidade às ações dos Pontos de Cultura nas diversas regiões do país, por meio da publicação de histórias biográficas institucionais, juntamente com a biografia de um personagem da comunidade que se destaca pelo seu conhecimento, atuação e história de vida e o Prêmio Pontos de Valor, direcionados aos Pontos de Cultura que apresentem as melhores práticas com foco na formação e promoção de valores de vida. A proposta é identificar e mapear os Pontos de Cultura que apresentem práticas inovadoras, contribuindo para a compreensão das formas pelas quais os valores são transmitidos em diferentes meios e linguagens artísticas, subsidiando ainda a elaboração do Relatório de Desenvolvimento Humano Nacional (RDH) 2009/2010. O relatório busca identificar os desafios ao desenvolvimento humano no país e discutir alternativas para o trabalho rumo à superação desses desafios.

Em 2009, o grupo realizou um worshop e diversas apresentações na cidade de Holstebro (Dinamarca) durante o Transit 6, festival promovido pelo Odin Teatret, um dos mais importantes grupos de teatro do mundo, comandado por Eugenio Barba. Em 2011 se apresentará na Suécia e na Inglaterra.

A escritora londrinense Célia Musilli comenta: “a magia do grupo consiste em colocar o passado no presente, criando uma ampulheta imaginária que ludibria o tempo. Fica para trás um rastro de criatividade, rabo de foguete, brilho de estrela matutina…”

A Casa das Fases foi criada em 1996 no Sesc de Londrina como um projeto de pessoas idosas que queriam fazer teatro. Em 1999, o grupo foi convidado a participar de um festival em Colônia, na Alemanha, e viajou com a peça “Londrina: Zona Paraíso”, com 28 atores.

Na volta ao Brasil, os atores e seu diretor decidiram tornar o grupo independente e assim nasceu a Casa das Fases. Na bagagem, 24 montagens e apresentações no Brasil e no exterior. Desde 2002, a companhia também desenvolve ações culturais na periferia de Londrina, contribuindo para a democratização da arte.

Ficha técnica

Texto e Direção: João Henrique Bernardi
Atuação: Carmem Mattos
Figurino e Cenário: Ella Melo
Produção: Fabrício Borges

Duração: 30 min

Sede do grupo: Casa das Fases
Rua Lindóia, 546 - Jardim San Remo
(43) 3304.8757 - 98076454


Mais informações: http://casadasfases.wordpress.com

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