O poeta austríaco Georg Trakl (1887-1914),
considerado um dos maiores nomes da poesia expressionista e voz marcante da
língua alemã no Século XX, teve uma vida breve e conturbada. O vício em drogas
e a relação com a irmã Grete, que parece ter sido seu único amor,
consumiram-lhe o espírito e possibilitaram o nascimento de uma poesia
visionária, marcada por rupturas e imagens de grande força. Como farmacêutico,
alista-se no exército e presencia os horrores da guerra. Depois de um surto
diante de um batalhão de estropiados que ele teria de cuidar, sem as mínimas
condições, tenta suicídio e é impedido por alguns soldados. Durante sua
convalescença num hospital, escreve “Grodek”, um de seus poemas mais
importantes e pintura devastadora sobre a sua experiência militar. Pouco tempo
depois, acaba se matando com uma overdose de cocaína e barbitúricos em 03 de
novembro de 1914. Grete cometeria suicídio dois anos mais tarde.
A peça “O Sono Profundo dos Negros Venenos”
se propõe a interpretar, à luz das dúvidas e contradições, esse passado de
horror e desejo, criação e morte, através de interjeições sobre a vida e a
poesia de Trakl e a possibilidade de torná-las vivas no palco.
Grupo: Teatro de Câmera
Texto: George Trakl e Paulo Campagnolo
Direção, iluminação, cenografia e figurino: Paulo
Campagnolo
Direção Musical: Geraldo Ribas e Paulo
Campagnolo
Elenco: Joaquim dos Santos
Clara Zwecker
Clóvis Moura
Rafaela Haddad
Piano: Geraldo Ribas
Poemas de Georg Trakl traduzidos por
Alexandre Flory
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