Espetáculo criado em 2009 num projeto apoiado pela Lei Municipal de Fomento ao Teatro da cidade de São Paulo, “Quem Não Sabe,...” recebeu o Prêmio Shell na Categoria Especial por sua pesquisa e criação e foi eleito a “Melhor Estréia Teatral de São Paulo em 2009” pelo jornal Folha de São Paulo. Após três bem sucedidas temporadas na Barra Funda, em São Paulo, o espetáculo circulou pelo Brasil apresentando-se em festivais (FIT Rio Preto – S. José do Rio Preto, Tempo Festival das Artes - Rio de Janeiro, Festival Nacional de Teatro da cidade do Recife e FIAC Bahia – Salvador). Em 2011, o espetáculo recebeu o Prêmio Funarte Myriam Muniz de Circulação de espetáculos, realizando 10 apresentações em diversas cidades do Norte do Brasil. Em seguida, o espetáculo foi contemplado pelo projeto Ocupação Caixa Cultural,realizando temporada nas cidades do Rio de Janeiro e Brasília. Em 2012 o espetáculo viaja á Europa se apresentando á convite de 02 importantes Festivais Internacionais de Teatro de Portugal o 35° FITEI 2012 (Porto x Guimarães) e a MOSTRA SÃO PALCO (Coimbra).
Sucesso
de público e crítica, depois de mexer com as ruas do bairro da Barra
Funda, em São Paulo e circular por diversos festivais Nacionais e Internacionais
de Teatro, o espetáculo QUEM NÃO SABE MAIS QUEM É, O QUE É E ONDE
ESTÁ, PRECISA SE MEXER chega a Maringá. Com direção de Georgette Fadel, a peça ganhou
forma a partir da pesquisa e improvisação sobre o universo de Heiner
Müller. As peças do autor alemão, suas entrevistas e a intensidade de seu
discurso são elementos que dão o tom ao espetáculo.
Em pouco
mais de uma hora de peça, três atores: Mariana Senne, Marcelo Reis e Patrícia
Gifford transformam o discurso de Heiner Müller em situações muito próximas do
público. A direção musical de Luiz Gayotto também transforma algumas partes
densas dos textos em imagens sonoras. Para Georgette Fadel, que assina a quarta
direção na Cia, a poesia de Müller encantou todos os integrantes. “A simpatia
foi imediata, principalmente por ele ser considerado o herdeiro e interlocutor
de Brecht, por quem somos apaixonados”, conta a diretora.
Intervenção
Permanente
A ação
de QUEM NÃO SABE MAIS QUEM É, O QUE É E ONDE ESTÁ, PRECISA SE MEXER começa
na rua, onde os três atores se encontram e levam o público até a lúdica e bem
elaborada cenografia de Rogério Tarifa, um apartamento, ou melhor, um “aparelho
revolucionário”. "Buscamos criar, de maneira metafórica, num apartamento,
nossos mecanismos cotidianos, seus aspectos positivos e negativos e tentamos
revelar alguns mitos e forças que permeiam nossa rebeldia, tédio e esperança de
um mundo melhor", completa Georgette Fadel.
Complexo,
mas acessível
Nos
últimos 14 anos a Cia São Jorge de Variedades vem fazendo encenações e
incursões em lugares alternativos: como albergues e a própria rua, absorvendo
os personagens do local em suas encenações. Agora, é a vez do mais polêmico
dramaturgo da pós-modernidade, o alemão Heiner Müller, considerado o herdeiro
de Antonin Artaud e Bertolt Brecht. "Heiner Müller é complexo, mas
colocado sob olhar simples, com jogo cênico, torna-se acessível", diz a
diretora, “ele coloca nos textos o amargo de revoluções, explicitando a
complexidade de nossos vícios e o contemporâneo de nossas frustrações, em
textos muitas vezes jogados ao público como uma metralhadora.”
Georgette
continua: “Sabemos que a revolução não foi fracassada e sim reprimida! Rosa
Luxemburgo, por exemplo, foi brutalmente assassinada e jogada em um rio. Nossa
geração, ou parte dela, cresceu ouvindo falar do fracasso da Revolução, o
fracasso do sonho, alimentada pelas idéias de inutilidade e incapacidade de se
lutar por algo, aliada a falta de sentido da vida. Fizeram-nos acreditar nisso
e grande parte de nossos dias passamos tentando recuperar a certeza de que
somos fortes e as coisas podem ser e serão transformadas. Nessa nova montagem a
São Jorge se coloca dentro de um apartamento e pinta então, com lentes de
aumento, o auto-retrato bem humorado, mas cruel. Temos energia, vontade e
clareza, mas estamos deslocados do centro da ação, presos nos muitos
apartamentos. Do jeito certo, mas na hora errada e na hora certa, porém no
lugar errado.”
HISTORICO
DA COMPANHIA
Projeto coletivo,
criado em 1998, com integrantes da Escola de Arte Dramática e da Escola de
Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (EAD/ECA-USP). O grupo desde
sua origem , visa estabelecer por meio de investigações permanentes, um
processo de lapidação da cena bruta, utilizando-se de artifícios e
procedimentos simples e artesanais. Caracterizado pela diversidade de linguagem
como reflexo de seu modo de produzir, transitam por uma intensa pesquisa de
espaço (fechados e abertos), musical, de maneiras de se relacionar com a
platéia e de criação dramatúrgica. A dramaturgia tem como tema principal a
discussão de questões éticas inerentes à diversidade e os paradoxos da cultura
brasileira, desde sua formação, da colonização à contemporaneidade.
Nesses 14 anos de
existência, a realização dos projetos de pesquisa e montagem de espetáculos,
foi possível em sua maioria, devido ao aporte financeiro de editais/prêmios de
artes cênicas das esferas Municipal, Estadual e Federal do Brasil. Os trabalhos
se desenvolveram numa primeira fase em projetos de ocupação de espaços públicos
e/ou culturais e a partir de 2007 se desenvolvem na sede do grupo,no
Bairro da Barra Funda, em São Paulo.
QUEM
NÃO SABE MAIS QUEM É, O QUE É E ONDE ESTÁ, PRECISA SE MEXER
–
Criação e Dramaturgia – Cia São Jorge de
Variedades a partir da obra de Heiner Müller. Direção – Georgette Fadel.
Elenco – Marcelo Reis, Mariana Senne e Patrícia Gifford. Assistente
de Direção – Paula Klein. Direção de Arte – Rogério Tarifa. Direção
Musical – Luiz Gayotto .Direção de Produção e Administração – Carla
Estefan. Cenotécnico e Contrarregras – Glauber Pereira. Operação de Luz
– Rodrigo Ramos. Assistentes de Produção – Isabel Soares e Ademir
Pereira. Colaboração – Andre Capuano. Duração – 90 minutos. Espetáculo recomendável para maiores de
16 anos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário